A
resposta à pergunta mais repetida desde o início do julgamento do mensalão
ainda é desconhecida no próprio STF (Supremo Tribunal Federal): a corte vai
condenar ou inocentar os principais réus do que o Ministério Público Federal
chama de "núcleo político" do escândalo?
Nenhum
dos magistrados revelou sua convicção. Poucos sinalizaram como devem votar.
Mas, embora o clima seja de desconfiança e os magistrados evitem trocar
confidências, vários foram prolixos ao palpitar sobre o que imaginam ser a
posição dos colegas.
Pela
média das opiniões, o placar estaria hoje indefinido --mas apertado para os
réus. Pelo menos cinco ministros estariam emitindo sinais de que devem condenar
protagonistas "políticos" do mensalão. Entre eles, José Dirceu,
ex-ministro da Casa Civil do governo Lula.
Joaquim Barbosa é rara unanimidade: todos os que
opinaram afirmam que ele condenará os principais réus. A avaliação coincide com
a dos advogados: nenhum tem esperança de voto favorável. Em seu primeiro
pronunciamento, na semana passada, Barbosa votou pela condenação do deputado
João Paulo Cunha (PT-SP) nos três crimes dos quais é acusado.
Em segundo no "ranking", pela
condenação dos principais réus, está o presidente da corte, Carlos Ayres
Britto. O próprio Britto já se definiu a interlocutores como liberal em casos
de "ladrão de galinha", mas duro com crimes "de colarinho branco".
Gilmar Mendes foi incluído entre os que podem
condenar. O ministro não esconde a indignação pelos "ataques" feitos
a ele por setores do PT e blogs financiados por estatais. Interlocutores de
Mendes, no entanto, dizem que ele "jamais" se deixaria "pilotar"
pela emoção.
Cezar
Peluso não trai seu ânimo nem em simples gestos no plenário. Mas é tido como
voto contra. Na aceitação da denúncia pelo STF, em 2007, foi considerado
"duro". E disse sobre Dirceu: "Há dificuldade em admitir que não
soubesse da desenvoltura do tesoureiro do PT [Delúbio Soares]" em
manipular "quantias vultosas" de dinheiro.
uol
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