03/02/2011

Escavações e destruição de mata estão reduzindo a navegabilidade do Mearim

Postado em 3.2.11  | No marcador  Arari



Moradores  de Pedreiras e Trizidela do Vale dizem que o rio Mearim – divisor das duas cidades – está mais estreito e raso a cada ano. Muitos atribuem o fenômeno a extração de areia nas margens do rio, usada na construção civil. O autônomo Jeferson Lima, 33 anos, mora com a família morro acima, em Pedreiras, no bairro Boiada, de onde tem uma boa vista. Segundo ele, a presença de escavadores nas margens do Mearim é constante. “Eles começaram a tirar areia da cabeceira do rio há muitos anos e agora estão aqui [perto da ponte que liga Pedreiras a Trizidela]”, falou. Da varanda da casa de Jeferson é possível ver o despejo de esgoto residencial no rio, além de garrafas pet e todo tipo de lixo jogado pela população.

A reportagem flagrou “tiradores” de areia em ação. O grupo contava com cerca de dez homens que falaram com tranqüilidade sobre o ofício ilegal com status de profissão. Segundo eles, foi criada uma associação em 2006 para regularizar a extração de areia nas margens do rio. É a Astrim: Associação dos Tiradores de Areia do Rio Mearim. São 25 os tiradores de areia associados, dos quais dependem quase 300 pessoas, entre ajudantes e familiares sustentados pela atividade. O negócio é relativamente lucrativo para as pessoas da região. A notícia é de que um carregamento de areia custa R$ 130. Valor que alguns demoram entre 15 dias a um mês para ganhar em outros ofícios.

Os tiradores disseram ainda que funcionários municipais e de outros órgãos reguladores estão sempre alertando sobre os prejuízos ao meio ambiente. Mas a falta de perspectivas fala mais alto. “Se a gente não tirar areia vai viver de quê?”, questionou um dos tiradores de areia que não quis se identificar. A Astrim gira em torno de uma única caçamba, revezada entre os tiradores. O veículo transporta várias toneladas cerca de quatro vezes ao dia, segundo associados. Mas enquanto a reportagem conversava com um grupo, havia outro na mesma margem a alguns metros abastecendo um caminhão de areia. Sinal de que o assoreamento acontece em quantias maiores, em uma velocidade preocupante.



O Imparcial

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