20/01/2011

A dor de quem exonera, a amargura dos exonerados!

Postado em 20.1.11  | No marcador  Expressão

* Álvaro Jardim 

Por determinação da justiça, a prefeitura de Arari está demitindo servidores municipais que trabalhavam em regime de contrato. O episódio causa angústia, corta o coração e atormenta toda a equipe do governo municipal.

A determinação é antiga, porém, o prefeito Leão Santos Neto, segurou o quanto pode. Adiou, porque reconhece a utilidade dos servidores em questão, contemporizou porque não lhe agrada demitir, inquieta-lhe ver pessoas sem emprego, sem uma fonte de renda que possa lhes garantir uma vida digna.

Entretanto, ignorando a amargura dos demitidos, a aflição do prefeito e a agonia de toda a equipe de governo, há quem faça festa. Comemoram porque sabem que a decisão judicial causa transtornos para a administração municipal. Vibram porque imaginam que o desgaste causado pelas demissões pode lhes beneficiar nas futuras disputas eleitorais. Festejam porque pensam apenas no poder, desconhecem a realidade local e não se compadecem com o sofrimento dos demitidos. Atitude lamentável. Comportamento mesquinho. Conduta inadmissível.

A determinação da justiça, em caráter inadiável, é a materialização da frase: “Dura lex, sed lex” , que significa “a lei é dura, mas é a lei”. Significa dizer que a rigidez das leis não admite favores, concessões ou amabilidades. As normas legais desconhecem as particularidades, as necessidades e as angústias de cada indivíduo. É por isso que nem sempre a aplicação das leis significa, efetivamente, fazer justiça.

Isso explica a ditado: “Todo o universo poderia ser conduzido por uma única lei, se essa lei fosse boa”.  Que as leis carecem de reformulação, modernização para adequação aos novos costumes e valores que emergem da sociedade, não há dúvidas. Contudo, mesmo com deformações que levam a situações como a que hoje presenciamos em Arari, devemos reconhecê-las como legítimas e aplicá-las conforme determina a justiça. Sem as leis não haveria paz, o caos se instalaria e viveríamos uma guerra de todos contra todos. Seria um horror.

Todavia, isso não anula a necessidade de criticarmos a determinação do Ministério Público que, neste caso, aplica a lei, mas, esta não se reverte em justiça, ao contrário, penaliza inúmeros servidores municipais. Isso é fazer justiça? Lamentável constatar que não. 

Infelizmente não há alternativas. Em nome da lei, a prefeitura está executando o que a o Ministério Público determinou. Na condição de servidor público municipal, manifesto solidariedade aos demitidos, exponho a angústia vivida por toda a equipe liderada pelo prefeito Leão Santos Neto e deixo uma mensagem de esperança.

Segundo o engenheiro, professor e administrador de empresas Roberto Simonsen "Otimismo é esperar pelo melhor. Confiança é saber lidar com o pior".  Portanto, sejamos otimistas e confiantes. As dificuldades serão superadas, dias melhores virão. É para isso que estamos trabalhando com Competência e Determinação.

 Álvaro e Lígia Jardim  

* Licenciatura em Ciências Agrárias e atual Secretário de Produção e Abastecimento de Arari

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2 comentários:

  1. E o Concurso Público, não preenche essas vagas ? Ou não há necessidade, pra tal ?
    Braços, e fique com DEUS

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  2. A realização de concurso torna a seleção impessoal, isenta, o gestor. Em tese, todos participarão em condições de igualdade. Entendo que, a rigor não é exatamente assim.

    Uma pessoa que na infância estudou em escolas precárias, com professores desqualificados, que viveu num ambiente familiar desfavorável e que cedo teve que começar a trabalhar para ajudar no sustento da família, terá as mesmas condições que aqueles que freqüentaram bons colégios, cursinhos renomados, moram em confortáveis, desfrutam de ambiente familiar sereno e equilibrado?

    Certamente não. Estarão em desvantagem os pertencentes às classes mais humildes, menos favorecidas financeiramente. O concurso trás uma contradição porque é um recurso que comprova as diferenças. De um lado ficarão os “privilegiados” intelectualmente, do outros, estarão os mais sofridos, aqueles que apresentam mais limitações. Há de se considerar que neste grupo existem inúmeros “filhinhos de papais” que tiveram todas as oportunidades e as desperdiçaram, assim como existem aqueles que, por mérito individual conseguiram superar suas limitações e estão apitos a enfrentarem a batalha. Mas, neste caso estamos falando das exceções. Fazer o que? É assim que funciona a mais ingrata das leis: A LEI DA VIDA.

    Laryssa Lima

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